Professor da FMUP apresentou a sua investigação em Conferência CAC Porto
Professor da FMUP apresentou a sua investigação em Conferência CAC Porto
João Sérgio Neves, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e médico endocrinologista da ULS São João, foi o protagonista da Conferência CAC Porto – Centro Académico Clínico do mês de abril, no âmbito das comemorações do bicentenário da FMUP,
A apresentação teve como título “Agonistas do recetor GLP-1 e Risco Cardiovascular na Diabetes e Obesidade”, integrando-se no Ciclo de Conferências CAC Porto, que tem juntado, periodicamente, profissionais daquelas duas instituições, na Aula Magna da FMUP.
Altamiro da Costa Pereira, diretor da FMUP, e Maria João Baptista, presidente do Conselho de Administração da ULS São João, contavam-se entre os presentes. Francisco Cruz, subdiretor da FMUP, e António Sarmento, professor e um dos mentores desta iniciativa, estavam igualmente na assistência, a par de outros docentes, investigadores, técnicos e estudantes.
Para o diretor da FMUP, João Sérgio Neves é “um exemplo plenamente frutífero” desta “articulação extremamente meritória e virtuosa” entre as duas instituições, que espera que se constituam no futuro Centro Clínico Universitário.
Na sua Conferência, o docente, investigador e médico endocrinologista centrou-se no papel dos agonistas do recetor GLP-1 (arGLP-1), “uma classe de medicamentos que tem demonstrado benefícios muito relevantes tanto no controlo da glicemia, como na proteção cardiovascular em pessoas com diabetes tipo 2 e/ou obesidade”.
“Estes fármacos ajudam a reduzir os níveis de glicemia, a controlar o peso e a diminuir o risco de eventos cardiovasculares, como enfartes ou acidentes vasculares cerebrais. Em pessoas com risco cardiovascular elevado, a sua combinação com outra classe de medicamentos, os inibidores SGLT2, pode oferecer ainda mais proteção”, realçou o também investigador do RISE-Health, Unidade de Investigação sediada na FMUP.
No que diz respeito à insuficiência cardíaca, explica João Sérgio Neves, “a evidência científica sugere que os efeitos dos arGLP-1 dependem da fração de ejeção. Em doentes com fração de ejeção reduzida, com formas mais avançadas e instáveis da doença, estes medicamentos podem agravar a situação clínica e aumentar o risco de hospitalizações”.
Pelo contrário, “em pessoas com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, os arGLP-1 têm mostrado melhorias claras nos sintomas e uma redução do risco de hospitalizações, revelando-se assim uma opção terapêutica promissora e com utilidade clínica relevante”.
João Sérgio Neves é autor de estudos científicos publicados em revistas científicas prestigiadas a nível internacional, continuando a desenvolver novos estudos nesta área, em colaboração com uma vasta equipa da FMUP/ULS São João e centros renomados em diversos países. Soma várias distinções e prémios, como o Prémio de Excelência Pedagógica (2019) da Universidade do Porto e o Prémio para a Melhor Publicação atribuído pela Associação Portuguesa de Epidemiologia (APE), entre outros.