FMUP realizou Conferência «University: Historical Insights & AI Horizons»

FMUP realizou Conferência «University: Historical Insights & AI Horizons»

O Reitor da Universidade de Salamanca, Juan Manuel Corchado, foi o convidado especial da Conferência “University: Historical Insights & AI Horizons, que a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) organizou, no dia 17 de outubro, no âmbito do seu bicentenário.

“A grande motivação para esta Conferência foi o bicentenário. Devemos refletir sobre o que fizermos nos últimos 200 anos e como é que nós queremos ser nos próximos 200 anos, se quisermos manter uma faculdade viva, atual e importante para a sociedade”, explicou Francisco Cruz, subdiretor da FMUP.

Além do Reitor da Universidade de Salamanca, o subdiretor da FMUP teve ao seu lado, no Auditório do CIM-FMUP, Fátima Vieira, vice-Reitora para a Cultura e Museus da U.Porto, José Fragata, professor catedrático jubilado da Nova Medical School, e José Paulo Andrade, professor catedrático e coordenador dos Museus da FMUP

Na sua intervenção, Juan Manuel Corchado recordou os primórdios da IA e a sua evolução. Na saúde, realçou as potencialidades na educação médica e no treino, na triagem e na assistência virtual, na investigação clínica, na medicina personalizada e de precisão, na vigilância em saúde pública e na epidemiologia e ainda na literacia em saúde.   

O convidado espanhol, considerado um dos maiores especialistas mundiais em inteligência artificial, garantiu que “não há que ter medo” da IA e que esta não vai substituir o médico ou o profissional de saúde. Pelo contrário, acredita que “quem a utilizar será muito mais eficiente”.

Fátima Vieira deu voz a alguns desses “medos” relativamente à IA, na qualidade de investigadora em Ciências Sociais e de utente dos serviços de saúde. Medos como a perda de conhecimento a nível individual e a perda de contacto humano. “Como manter a precisão e a eficiência, mantendo a dimensão humana?”, questionou, colocando a hipótese de “apagão”.  

Coube a José Fragata falar sobre o modo como a organização hospitalar pode influenciar e comprometer a formação e a qualificação dos futuros profissionais de saúde. Para o professor jubilado, os modelos devem ser repensados, assentando num conceito de “Medicina Académica” e de “missão tripartida que englobe os cuidados de saúde, a educação e a investigação”.

De acordo com o vice-presidente da Comissão Técnica Independente (CTI) para as ULS de cariz universitário, o Governo deverá avançar em breve com uma reforma desses hospitais, em linha com as propostas feitas por aquela Comissão.

Por sua vez, José Paulo Andrade, professor de Anatomia e coordenador dos Museus da FMUP, destacou o papel dos museus universitários, particularmente os que se dedicam à medicina e à saúde, como “guardiões da memória”. 

“Os museus médicos universitários enfrentam desafios que requerem a adaptação e a adoção de estratégias de preservação da memória”, como a Inteligência Artificial, Arquivos Digitais e Realidade Aumentada. Em todo o caso, “a tecnologia não deve substituir a experiência do museu físico, antes potenciá-la, criando novas dimensões de aprendizagem”.